domingo, 8 de março de 2009

Luzes amarelas de noite escura

Salvador – Bahia
Domingo, 08 de março a quinta-feira, 12 de março
36° ao 40° | Dia
Tirar o corpo do colchão com pressa e passar o tofupiry no pão. Então sob o quente sol baiano em mais ladeiras com o sempre companheiro Túlio. Gravação de guitarra e contra-baixo das novas composições do Lumpen e Mais Treta. Início às dez horas da manhã até as duas horas e trinta e dois minutos com o engenheiro de som, empresário de rock, guitarrista, cantor e simpático Fabiano Buia.

O melhor líquido do universo penetra nossa garganta, água de coco gelada para descermos mais ladeira e encontrar o restante da gangue no Dique Totoró. Dia Internacional da Mulher e uma celebração a essa data estava sendo realizada ao ar livre com uma feira de economia solidária e apresentações de música e teatro ao centro do Dique.

O caderno da morte à noite e depois sessão fotos supertramp do litoral sul bahiano. As noites que seguiam se tornaram memoráveis pela maneira que se repetiam. Fazer coisas prazerosas repetidas vezes faz a mesma coisa nunca ser igual a qualquer outra coisa. É tipo beijar a namorada todas as manhãs, surfar no Cristovão ou tomar um açaí da toca. E íamos ao Gil comer abará e acarajé, depois na Grooves a nossa companhia eram os morto-vivos no televisor. E sempre se quer mais.

Mais noites de sangue e zumbis na tela de vidro e as estórias de Astromar encorpam depois de um diálogo lunático com o João Lee. Surge Nagev, o garoto que não come bicho e o Charlie Brown da Favela ganha novo enredo.

Ingrid permanece em seu “Tratamento Ludovico”.

Kátia, Carol, Ingrid, Túlio, Kirtana e eu seguimos rumo a Praia da Barra. Apostamos todas as fichas nos saltos ornamentais e caminhamos pelas calçadas quebradas em quilômetros de distância e para a grande premiação de nossa intuição cigana, o trampolim estáva sendo golpeado com força severa pelas ondas. Eu Nunca havia visto tanta água naquele lugar e de tão ancioso apressei o passo e não quis conversa, no ritmo que corri saltei com a face naquela água que de tão límpida se podia contar a quantidade de grãos de areia que era contido em seu fundo. Então se podia ouvir: "Voltei por que te amo barra!", "Poder de Todos os Bichos", "Saí dos Barris", "Mossoró" e diversos gritos de guerra que anunciavam os saltos mais empenados. Nadamos até alguns barcos que se encontravam ancorados perto a costa e não precisávamos de muita coisa naquele momento. Diversão em suas últimas consequências e não havia preço para aquilo. Vassoura chega, conversa, não se molha e vai embora, e logo João Lee chega e nos mostra o que é uma Folha seca. As meninas nadavam serenas próximas a escadaria do trampolim e não descansei cinco minutos e voltei a enfiar a cabeça naquela imensidão azul, afinal de contas o João precisava de companhia no ar. Lembra quando falei de coisas que se repetem e precisam ser repetidas para sempre? Mergulhar no trampolim da barra é uma delas. E não precisa parar nunca.

Depois peregrinamos todos juntos na caminhada de volta aos Barrís e o sol estava se despedindo de nós.

As luzes do centro de Salvador parecem ser todas daquelas amareladas que iluminam menos e consomem mais energia, as paredes descascadas das antigas construções cooperam com a ambientação de sombras que aquela noite oferece. Aqui eu sinto como se a noite fosse mais escura do que nos outros lugares que já passei.

Essas luzes soteropolitanas percorrem a janela direita do ônibus. Ônibus que me leva com Túlio à sua residência. Ludmila não é a cachorra mais simpática. Agradável companhia e ficamos com Dub Trio, Yann Tiersen, Alberto Caieiro e desenhamos no dia de criação de Alvinho, bonzinho. O garoto que vira lobisomem para se vingar do espertalhão que lhe rouba a marenda.

Um outro dia na casa de Túlio e mais desenhos, dub, rock e encontros cibernéticos com a gata ou com a gata cibernética. Muitas frutas e uma Ludmila ciumenta que não largava nosso pé.

A garota Ingrid havia saído de seu “Tratamento Ludovico” e conheceu outros bairros de Salvador e também a família de Kátia e Fofinho. Ingrid recebeu convite para conhecer o sítio da mãe de Fofinho e almoçou com a fofa family.

O Veio e a magia do caos, a Veia e sua guloseima simpática, Kirtana e suas perguntas naqueles últimos momentos na cidade cheia de ritmo. Sair de Salvador seria mais difícil se não tivéssemos na cabeça todo o projeto de ali voltar e passar mais dias com aquela família de malandros com muito calor e vida para repartir. Carol nos auxilia na retrospectiva. Então Ingrid e eu olhamos para os habitantes da casa Grooves e dissemos um “até já, já”. Os olhos fecharam-se mais cedo dessa vez, sem zumbis, mas com muitas piadas e humor sacana com Fofinho e Joãozinho.

4 comentários:

Anônimo disse...

O melhor filme, foi o curta que é estralado por Jonh lee (jonzin)!! ahahah

Pedro Mendigo disse...

Porra João Lee é um ator e tanto. Aquele olhar fatal em direção ao coração do inimigo apavorou!

Temos que rodar aquele roteiro do surfista shao-lin da Barra.

brendons disse...

Gil do açaí é o que é irmão de aquinosilk? =P

Pedro Mendigo disse...

E existe um Gil do Açai irmão de Aquino silk?

ANIMAL!