sexta-feira, 6 de março de 2009

Voltei por que te amo Barra!

Salvador – Bahia
Sexta-feira, 06 de março e sábado, 07 de março
34° e 35° | Dia
Cinco da manhã, um ônibus de assentos coletivos nos leva para longe do centro de Aracaju e de nossos amigos e beira da Br-101 estacionamos por pouco mais de uma hora de mordiscadas em rosquinhas de banana com canela. Sete e quarenta e oito foi a hora exata que o programador de sistemas de dados de agências bancárias do estado da Bahia e Sergipe nos capturou e levou rumo a terra dos orixás.
No Terminal da Lapa o Túlio nos esperava e aguardávamos dias muito brilhantes. Almoço na Lú, açaí no Gil, suco de aipim com laranja e axé na agitadíssima primeira noite na Bahia.

Em Salvador a hora de despertar era mais rigorosa do que em Aracaju, mas ainda assim dormíamos o suficiente e todas as manhãs ao acordar, descíamos uma ladeira enorme até a casa do Veio, Veia e Kirtana, onde presenciávamos as feituras da alimentação produzida pela Cooperativa Rango Vegan e recebíamos brilhantes dicas culinárias. Foram dias de gastronomia em ascensão.

Fim de tarde e caminhada deliciosa sobe em beco e desce em beco saindo de Barris, cruzando o centro soteropolitano e lá do alto nossa visão podia tocar uma linda Bahia, ilhas e um mar sem fim. À medida que nos distanciávamos da visão por estarmos descendo uma ladeira eu podia sentir aquela maresia me rasgar com mais força. Em pleno sábado não poderíamos conseguir imaginar nada a não ser aquela praia lotada. Muitos negros e negras lindas correndo em todas as direções com bolas de futebol, raquetes de frescobol, gringos a procura de sol, gringos a procura de sexo e o Farol da Barra nos acenava dizendo: Lembro de vocês. O mar não estava alto o bastante para mergulharmos então mantivemos distância do trampolim. Tocar a água do mar com a boca não foi a melhor das idéias, pois os ferimentos que iam de uma extremidade a outra de sua parte superior ainda estavam abertos e o ardor foi tipo pimenta nos olhos. Mas o sorriso não saía o rosto, eu estava na Bahia. O meu amigo da Gangue do mergulho de janeiro de 2008 estava lá e nos cumprimentamos como naquelas tardes de verão. Kirtana, Túlio e eu retornamos para os Barris por entre vias escuras e ladeiras íngremes, munidos de acarajé e cocada e o samurai João agora estava em nossa companhia.

Ininterruptamente, Ingrid em seu “Tratamendo Ludovico” ingeria películas como galinhas ingerem minhocas. A tarde inteira submetida a imagens de sexo e violência para depois servir de experimento para as clínicas psiquiátricas espaciais.

Nossos ouvidos sempre bem servidos. Fomos a um ensaio da Lumpen seguido de Mais Treta, música baiana travestido em guitarras com ruídos e gritos agoniados.

E na Grooves noites criativas de comédia e criaturas de outros planetas impressos no papel através de canetinhas e cabeças doentes. Carol, Joãozinho, Túlio, Fofinho, Kátia, Ingrid e eu todos encostados na espuma. E então dormia o passarinho.

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